domingo, 3 de outubro de 2010

Os preparativos da Segunda Guerra Mundial


O encontro das autoridades inglesas, francesas, alemãs e italianas na Conferência de Munique.

Os tratados de paz assinados depois da Primeira Guerra são importantes documentos para a compreensão dos motivos que levaram as grandes potências mundiais a um novo conflito. De forma muito severa, os pontos de cada um desses acordos ordenou a imposição de duras punições que promoveram uma grave crise econômica entre as nações vencidas. Entre os Estados mais afetados, podemos destacar os impactos sofridos na Alemanha e na Itália. 

Mesmo fazendo parte do grupo vitorioso da Primeira Guerra, a Itália não obteve as devidas compensações nos acordos firmados. Os prejuízos econômico e financeiro trazidos com o conflito foram seguidos por altos índices de desemprego, a paralisação de setores produtivos e diversas convulsões sociais de movimentos de extrema direita e esquerda. Nesse momento surgiu a figura de Benito Mussolini que instituiu um governo totalitário apoiado em promessas de supremacia e recuperação da situação italiana. 
Vivendo impactos ainda mais severos, a Alemanha tinha sua crise enquanto conseqüência das punições impostas pelo Tratado de Versalhes. O processo inflacionário alemão fez com que a população acumulasse sacos de dinheiro para realizar a compra de uma simples fatia de pão. Em meio a tais condições adversas, um ex-combatente austríaco chamado Adolf Hitler comandou a formação do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. Seguindo doutrinas antidemocráticas, raciais e imperialistas, Hitler tornou-se líder máximo do Estado alemão. 

A ineficácia política da Liga das Nações, órgão criado após a Primeira Guerra, também teve grande importância. Sem o apoio efetivo das principais potências da época, esse órgão internacional não refreou a retomada dos conflitos e hostilidades diplomáticas que retomavam o cenário político internacional. Em 1931, o Japão promoveu a invasão do território chinês da Manchúria. Quatro anos depois, os italianos conquistaram a Abissínia (atual Etiópia). Sob o comando de Hitler o governo alemão descumpriu o Tratado de Versalhes tomando as regiões de Sarre e da Renânia. 

O temor de uma nova guerra fez com que as demais nações fossem tolerantes com tais ações imperialistas. Após fazerem uma parceria militar na Guerra Civil Espanhola (1936 – 1939), alemães e italianos se mostravam preparados para uma nova guerra. Contando com o posterior apoio do governo japonês, Alemanha e Itália formaram o Eixo Roma-Berlim-Tóquio. Logo em seguida, alegando a existência de uma maioria alemã na região, Hitler anexou a região dos Sudetos que faziam divisão com a república Theca. 

Afrontados com a invasão alemã ao Estado criado pelas potências vencedoras, Inglaterra e França convocaram Hitler e Mussolini para uma rodada de negociações. Na chamada Conferência de Munique, representantes franceses e britânicos optaram pelo reconhecimento da conquista alemã, depois de Hitler comprometer-se a não realizar mais nenhuma conquista territorial sem o consentimento da Inglaterra e da França. 

Por outro lado, Inglaterra e França tinham se comprometido a proteger a Polônia, região cobiçada pelos alemães, de qualquer ataque aos seus territórios. A cobiça de Hitler sobre essa região advinha do controle do chamado “corredor polonês”, que desembocava em uma saída para o mar, no Porto de Dantzing. Dando seu último passo para a guerra, Hitler assegurou um acordo de não-agressão com os russos através do Pacto germano-soviético, em 1939. Evitando um confronto com a potência soviética, as tropas nazistas invadiram a Polônia naquele mesmo ano. Dessa forma, iniciava-se a Segunda Guerra Mundial.

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